Gracie Jiu-Jitsu: Ficha dos lutadores (as)

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Royce Gracie

Nascimento 12 de dezembro de 1966 (43 anos)
Rio de Janeiro- RJ
Nacionalidade brasileiro
Ocupação esportista (jiu-jitsu)
Página oficial: http://www.roycegracie.tv/

Royce Gracie (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1966) é um profissional de artes marciais brasileiro e praticante de jiu-jitsu. É filho do grão-mestre Hélio Gracie e irmão de outros nomes também conhecidos no mundo do Jiu-Jitsu brasileiro e MMA (Mixed Martials Arts) mundial como Royler Gracie, Rickson Gracie, Rorion Gracie, Renzo Gracie e outros.

Royce Gracie é faixa-preta de jiu-jitsu 6º dan, teve uma carreira vitoriosa dentro do vale-tudo mundial, sendo três vezes campeão do UFC e obtendo vitórias também no Pride e K-1 MMA (eventos japoneses).

Começo do Gracie Jiu-Jitsu

A família Gracie difundiu o Gracie Jiu-Jitsu pelo mundo e provou que essa arte marcial, desenvolvida através do jiu-jitsu tradicional japonês ensinado por Mitsuyo Maeda, é a arte marcial mais eficaz em combates tipo luta-livre (superando os até então famosos kung fu e karate, que são temas de diversos filmes de ação até hoje). Isso foi feito através de combates reais corpo a corpo, denominados vale-tudo pelo simples fato de valer usar qualquer arte marcial ou qualquer tipo de luta ocidental corpo a corpo. É um combate com poucas regras, no qual os membros da família mostraram que a técnica do Gracie Jiu-Jitsu é superior às outras artes. Essas lutas aconteceram em academias, geralmente as academias dos Gracie, que desafiaram os atletas de outras modalidades e disseram que pagariam a quem os vencesse, chegando até a publicar anúncios em jornal. Eram chamados de desafios Gracie.

Mais tarde, com a maior fama que o Jiu-Jitsu Gracie foi tomando pelo Brasil, alguns integrantes resolveram migrar para os Estados Unidos e lá ensinar o estilo, mas foi difícil conseguir alunos, para isso eles deveriam provar que o GJJ era eficaz. Assim foram reeditados, só que no Exterior, os desafios Gracie em academias a portas fechadas. Dessa forma começou Royce: rapaz franzino, com 1,85m e pesando 80 kg, com sua técnica vencia oponentes de diversas artes; dentre eles o mais famoso foi o adepto do kung fu Jason DeLucia, que não engoliu a derrota, criando assim uma rivalidade entre os dois. Royce vivia nos Estados Unidos, junto com Rorion, que é seu irmão mais velho e treinava em sua academia. Isso foi no final da década de 1980.

Fundação do UFC


Após um tempo ensinando jiu-jitsu nos EUA e provando sua eficácia em combates reais, Rorion conseguiu algum status por lá e assim conseguiu contatos e ser respeitado, angariando alunos famosos e ensinando técnicas de defesa e ataque para a S.W.A.T.. Rorion então pensou que o mundo deveria saber que o Gracie Jiu-Jitsu era a melhor arte marcial e resolveu procurar uma empresa de entretenimento para ajudá-lo a criar um evento nos moldes de um desafio Gracie, mas com maior organização, no qual fossem cobrados ingressos e que fosse transmitido pela televisão paga americana. Após se juntar à empresa SEG, Rorion pôde criar o UFC (Ultimate Fighting Championship) e em 1993 realizar o UFC 1 - The Begining (o palco das lutas era uma jaula de grades em forma de octagóno). O lutador escolhido por Rorion para representar a superioridade do GJJ não poderia ser outro: Royce Gracie, faixa-preta alto e magro, o homem ideal para provar que a técnica podia superar a força. A família se reuniu novamente para treinar e dar apoio a Royce. No evento, todos entraram com o tradicional trenzinho, um atrás do outro, mostrando que todos estavam unidos pelo mesmo ideal e mesmo que apenas um entrasse no ringue os outros estariam ali para ajudar e apoiar. Aconteceu o esperado pelos Gracie: Royce, mesmo mais leve que todos os participantes, chegando a ter disparidades de 30 kg, venceu todos eles por finalização; sagrou-se campeão do primeiro evento oficial do vale-tudo moderno, marcando uma época e chocando o mundo com a técnica do Gracie Jiu-Jitsu.

Royce no UFC


Nesse UFC 1, havia oito participantes de diversas modalidades de luta, por isso Royce fez três lutas na mesma noite. Visando a abrir esse leque, no UFC 2 - No Way Out eram dezesseis os participantes e Royce mais uma vez foi campeão, só que dessa vez com quatro vitórias por finalizações. No UFC 3, logo na primeira fase, Royce enfrentou um folclórico oponente chamado Kimo Leopoldo. Bem mais pesado e com um pouco de conhecimento de solo, Kimo dificultou a luta para Royce, foi uma verdadeira guerra com direito a golpe nos genitais e puxão de cabelo. Após sofrer um castigo imposto por Kimo e seus socos, Royce conseguiu a finalização com um arm-lock invertido. O corpo de Royce não resistiu a essa luta e, muito castigado e cansado, ele não pôde continuar no torneio; chegou a entrar no octágono, mas não lutou.

Apesar do espetáculo da luta de Royce e Kimo no UFC 3, espectadores e fãs do Jiu-Jitsu brasileiro, aguardavam uma vitória plena e não uma desistência. Transparecendo mais como questão de honra, Royce volta no UFC 4. O então público que havia presenciado as três primeiras edições do UFC, agora estava de certa forma, com dúvidas sobre a possibilidade de Royce vencer o campeonato, que a cada edição, tornava-se naturalmente mais acirrado. Enfrentando adversários mais pesados e mais técnicos, Royce venceu a todos, o último, Dan Severn, que havia mostrado ser o provável campeão. Este lutador de wrestling profissional foi finalizado com um triângulo, numa situação que lhe parecia favorável até o último instante. Royce Gracie surpreendeu comentaristas, locutores, milhares de espectadores e principalmente, Dan Severn.

Royce ainda enfrentou Ken Shamrock no UFC 5, em uma luta que durou meia hora. O resultado foi o empate, algo suado, porém frustrante para Royce e os Gracie. Já o oponente Shamrock, que havia sido derrotado por Royce no UFC anterior, comemorou muito o resultado e escreveu também seu nome na história. Após esse evento, Rorion e Royce abandonaram o UFC com alegação de não concordarem com as novas regras, que previam limite de tempo de quinze minutos e trinta nas finais, com decisão dos juízes. Essa regras fugiam aos ideais Gracie, que, com a sensação de missão cumprida, abandonaram o UFC.

Retorno aos combates
Depois de três títulos e reinar absoluto entre 1993 e 1995, ele saiu do UFC invicto e deu uma pausa no MMA até voltar no GP absoluto do Pride em 2000. Mesmo parado há muito tempo, com o esporte até tendo mudado de nome, agora chamado MMA (Mixed Martials Arts) e não mais vale-tudo, ele conseguiu uma vitória sobre o lutador japonês Nobuhiko Takada (lutador de solo vindo do pro-wrestling japonês), na primeira fase e avançou às quartas-de-finais, que seriam disputadas em outro evento.

O melhor lutador do Pride na época era Kazushi Sakuraba (adepto do submission Wrestling), aluno de Takada, e o Pride o colocou contra Royce nas quartas. Nessa noite, o campeão deveria fazer três lutas como nos moldes antigos do UFC. Nesse evento, as lutas eram de um round de quinze minutos, mas essa luta entre Sakuraba e Royce seria sem limite de tempo e só terminaria por nocaute, finalização ou desistência de um dos oponentes. Resultado: uma luta eletrizante, na qual um novo Royce, mais agressivo, mas ainda com antiga raça e coragem dominou os três primeiros rounds (de dez minutos cada) contra Sakuraba, que usou e abusou da estratégia de cansar e desgastar psicologicamente o mais velho e cinco anos inativo Royce. Sakuraba saiu vitorioso e ainda voltou para mais quinze minutos de combate contra o mais pesado Igor Vovchanchyn, nas semifinais, para também desistir e perder. Essa luta entre Royce e Sakuraba é a luta mais longa do Vale-Tudo moderno. Royce, em 2007, conseguiu derrotar Sakuraba, numa revanche.

Royce Gracie foi o membro da família que mais evidenciou a eficácia do Jiu-Jitsu nos ringues do MMA. No entanto, como Marco Ruas havia dito muitos anos antes, só uma especialidade não seria o suficiente para ser um grande campeão. Seria necessário saber lutar em pé, boa formação em boxe, greco romana, judô, entre outras habilidades. Com isso o grande campeão do UFC em suas primeiras edições agora se via obrigado a se adaptar aos novos requisitos: tinha que socar e chutar. A partir de então, Royce conhecia a derrota e se viu encurralado por lutadores não tão pesados como antes, mas, munidos de técnicas de defesa contra finalizações.

Royce Gracie continua sendo um ícone. Representou o Jiu-Jitsu de sua família com honra e coragem, fazendo desta arte marcial um dos requisitos básicos na formação de um atleta de MMA.

Desafio Judo vs Brazilian Jiu-Jitsu
Desde sua adolescência Royce já desafiava representantes de outras artes marciais inclusive do Judô. Percebendo a maior eficiência do "sistema de combate" do Jiu-Jitsu Brasileiro, Royce chegou a inclusive entrar em campeonatos específicos de Judô finalizando facilmente judokas de faixa preta (há muitos vídeos desses desafios dos Gracie, que tinham o costume de registrar suas lutas para provar que haviam vencido).

Em 2003 no Japão, o campeão olímpico de Judô Hidehiko Yoshida aceitou o desafio contra Royce. Em uma luta muito polêmica, Yoshida tentou aplicar um estrangulamento em Royce que não mostrou sinais de que estava sendo estrangulado. Então Yoshida começou a conversar em japonês com o árbitro (que também era japonês) alegando que Royce estava desmaiado. Mas, assim que o árbitro paralisou a luta (acreditando em Yoshida), Royce se levantou reclamando da decisão do árbitro e alegando que não estava sendo estrangulado. Havia começado aí uma rivalidade entre Yoshida e seus discípulos e os Gracie, que teve mais um episódio marcante quando em uma luta contra Shungo Oyama (um discípulo de Yoshida), Ryan Gracie aplicou um armlock, mas Oyama acabou não desistindo e teve seu braço quebrado.

Devido a essa polêmica e ao mistério que havia ficado no ar, logo foi marcada a revanche. Na revanche, agora no Vale Tudo, Royce lutou pela primeira vez sem a parte de cima do kimono e não deu chances a Yoshida, que ao final da luta tinha um ar de completamente derrotado. Entretanto, como as regras dessa luta não previam outra forma de vitória que não fosse por finalização (não haviam juízes para pontuar a luta); a luta foi considerada um empate. Royce ainda lutou nos dois shows de fim de ano do K-1, obtendo uma vitória contra o lutador de Sumô Akebono, de 200 kg, e um empate contra o mais leve Hideo Tokoro. Em 2006, Royce conheceu sua segunda derrota no Vale Tudo, perdeu para o campeão da categoria até 77kg do UFC, Matt Hughes, em luta realizada em março, no UFC 60, quando Royce já tinha 40 anos de idade.

Brazilian Jiu-Jitsu
Com o passar dos anos e com o ganho de novos adeptos e competições sendo criadas, o Jiu-Jitsu Gracie passou a se chamar pelo mundo de Brazilian Jiu-Jitsu, mas ainda hoje, quando um Gracie luta, o estilo associado a ele é o Gracie Jiu-Jitsu, que tem como diferença maior para o Brazilian Jiu-Jitsu o fato de não ser uma arte para disputa de campeonatos e sim para defesa pessoal e combates reais.

Royce na atualidade
Royce é uma lenda viva, um mito que marcou uma era, se tornou assim um grande produto da epoca. Tendo como maiores características a raça e a coragem, Royce enfrentou os melhores de sua época e, com muito suor e sangue, venceu a todos. Atualmente ele viaja pelo mundo ministrando seminários e diz que ainda não parou de lutar. Ele ainda luta, com menor freqüência, fazendo apenas uma luta por ano, em média, não está no caminho de cinturões e nem os busca e nem os conseguiria, mas ainda dá um espetáculo da arte.

 

 

 
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